A regra é clara: Se você conseguir fabricar um objeto a partir de determinadas substâncias, então você conseguirá fabricar vários. Isto muito provavelmente não é diferente para o nosso universo. Desde o Big Bang quando nosso universo se formou, foram produzidos diferentes elementos e que pela ação de fatores diversos dentre eles a força da gravidade, força forte e fraca, etc culminaram com a formação de astros, como estrelas, planetas, etc, e de eventos espetaculares e considerados exóticos até mesmo para os padrões do nosso cosmos.
A vida, se assim podemos considerá-la, é um destes produtos exóticos de nosso universo. Até onde sabemos, ocorre unicamente em nosso planeta em sua forma, composição e complexidade. Os ingredientes necessários para a fabricação da vida ainda são desconhecidos, porém, com o nosso nível de conhecimento atual já conhecemos os ingredientes básicos; aqueles que acreditamos serem primordialmente necessários à criação e manutenção da vida em um ambiente cósmico.
Água, temperatura ideal e claro uma planeta ou corpo celeste onde os mecanismos da maquinaria da vida possa se estabelecer e prosperar.
Como dito antes, levantamos a hipótese que a vida possa ser um fenômeno exótico em nosso universo. Mas será mesmo? Ou será que nós, seres humanos simplesmente ainda não expandimos o suficiente nosso conhecimento sobre a imensidão do universo.
Até o século XVI o conhecimento sobre a terra apenas nos permitia dizer que ela repousava em um plano e os astros estavam fixos no céu como hoje lâmpadas no teto de nossas casas. E nosso conhecimento geográfico da Terra nos dizia que ela apenas limitava-se a continentes como Europa, África e Ásia. Continentes hoje conhecidos por América, Oceania e Antártida eram totalmente desconhecidos. Foi apenas como o passar dos séculos que expandimos nossos conhecimentos e realizamos as descobertas que hoje sabemos.
Em um ambiente cósmico ideal para o surgimento da vida, é necessário também, que o planeta por exemplo, esteja em uma zona do espaço conhecida por zona verde. Uma região no espaço em que o planeta fica a uma distância ideal de sua estrela, permitindo que a energia que ele receba nem o torne muito quente nem frio demais. É muito interessante que este planeta tenha um campo magnético forte o suficiente para o proteger das radiações provenientes do espaço, principalmente vindas de sua estrela mãe e que seriam muito prejudiciais à evolução da vida e também ao próprio planeta. Olhemos para o exemplo de Marte, que ao contrário da Terra não possui campo magnético. Sua Atmosfera que hoje acredita-se outrora ter sido muito mais densa que hoje foi expulsa para o espaço devido as ações do vento solar tornando o planeta num deserto gelado. Acredita-se hoje que a bilhões de anos atrás talvez no mesmo tempo em que a vida primitiva evoluía na Terra, Marte tenha tido temperatura ideal para a conservação de água em estado líquido em sua superfície. E com água muito provavelmente poderia ter surgido vida microscópica e bacteriana. Com a perda de seu campo magnético Marte gradualmente foi sendo exposto as intemperes do espaço e perdendo suas preciosas características.
A vida também precisa para seu surgimento e manutenção de uma base de evolução sólida e abundante em seu meio. No caso de todas as criaturas vivas da Terra esta base é o carbono. Grande parte de nossa massa corporal é feita de carbono e da mesma forma ocorre nos vegetais, nos peixes, nos artrópodes, etc. Hoje também cientistas e astro biólogos não descartam a possibilidade de que a vida assuma outras bases de formação no espaço. O silício seria uma possibilidade.
O planeta ideal para a vida também precisa preferencialmente ser um planeta sólido. Assim como a Terra o planeta ideal para a vida precisa ter uma superfície sólida e palpável. A Terra dentre todos os planetas do sistema solar é o corpo planetário mais denso (5,515 g/cm3), conferindo a ela uma superfície sólida. Planetas como Júpiter e Netuno, estão inseridos na classe dos gasosos; Planetas que tem como componente de formação básica gases como Nitrogênio (N) e Hélio (He). Astros como esses não são considerados bons hospedeiros à vida, visto que não possuem uma superfície ideal para abriga-la além de possuírem climas adversos com temperaturas muito altas ou muito baixas, tempestades com ventos incrivelmente altos, intensa atividade de descargas elétricas, pressões atmosféricas muito altas e intensa radiação.
Porém se para alguns cientistas não podemos olhar para alguns planetas como potenciais portadores de vida extra terrestre podemos olhar para seus vizinhos.
Se planetas gasosos como Júpiter e Saturno possuem climas revoltos, em alguns de seus satélites, pode haver possibilidade de vida. Na lua Europa, que orbita Júpiter, devido a forças gravitacionais entre ela e o gigante gasoso pode ser que haja produção de calor no interior de Europa. Isto poderia gerar um oceano embaixo de sua crosta de gelo, e esta crosta atuaria como um protetor isolante contra o espaço.
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Reflexo de lago de metano na superfície de Titã |
Igualmente na lua Titã que orbita Saturno, há um ambiente propício à vida microbiana. Titã é o único corpo do Sistema Solar além da Terra em que é conhecida a existência de corpos líquidos em sua superfície, possui atmosfera densa e superfície sólida.
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O Ponto acima de Saturno é titã, a Terra seria um pouco maior. |
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Os corpos líquidos da superfície de Titã são formados por lagos de metano em forma líquida, que atua em um ciclo em que há chuvas e formação de rios na superfície do satélite. Titã é tão promissora à vida que acredita-se que seja uma "terra primitiva" devido também à composição de sua atmosfera. Porém como Titã está muito mais longe do Sol que a Terra primitiva estaria no início de sua formação, as condições para a vida são mais inóspitas. Daqui a 5 bilhões de anos se o satélite mantiver as características que possui hoje, e o Sol aumentar dezenas de vezes seu tamanho sob a forma de uma gigante vermelha, Titã receberá a mesma quantidade de energia que a Terra recebe hoje e poderá assim por um breve período de algumas centenas de milhões de anos possuir condições de abrigar a vida prosperando.
Se olharmos mais além para a vastidão do espaço e observarmos nossa galáxia como um todo, perceberemos o quão pequeno é nosso sistema solar. A Via láctea, nossa galáxia, possui cerca de 100 bilhões de estrelas e destas cerca de 600 milhões são orbitadas por planetas que possuem condições de abrigar vida. O universo inteiro possui bilhões de galáxias como a Via láctea e nestas outra infinidade de planetas potencialmente bioamigáveis. A possibilidade de se encontrar vida fora da Terra é tão vasta, que a questão hoje mais abordada é: existiria vida inteligente? Mas isto é questão para outro tópico. Por hora vamos para por aqui.